Tudo visto de um referencial diferente

28 de outubro de 2008

Adeus...




Por falta de post, resolvi mexer no baú da Milena.. olha o que achei...




Sempre tive a impressão que fosse fácil se envolver e cair fora. Na verdade não era apenas impressão, era fato.
Nunca precisei reclamar amor a ninguém, e isso era normal. Mas hoje me vi do lado oposto, como se a moldura do espelho tivesse trocado de lado. Me senti abandonada, largada. Não sabia que doía tanto ouvir um "Adeus..". Afinal quando é você que pronuncia tal palavra, ela não te corta o peito, ela apenas flui.

Encostada na parede, senti minhas pernas falharem ao toque da sua pele. Não sabia eu, que aquela seria a última vez, o último toque.
Seu beijo nada demonstrava de diferente, era quente, úmido e excitante, assim como todos aqueles que eu já havia provado. Sua respiração mudava a cada toque de minhas mãos em suas costas. Estava tudo normal.

"Milena, Milena, minha Milena... tão doce e tão quente, assim você me mata”.

Como se pode adivinhar o fim? Como se pode acreditar nele? Não com estas falas, seus proclames. Não. Não é possível.

Agora os dois, deitados no tapete. Como sempre eu acariciava seu peito, com poucos cabelos, mas que ainda era possível enrolar nos dedos, enquanto ele mexia em meus cabelos, possivelmente pensando na forma mais sutil e direta de me dar um fora.
O que são 6 meses na cabeça de um homem? Uma transa fixa?


Pra mim já era início de uma relação estável.


Imagem: Daniel Lopes

27 de outubro de 2008

Perfeita Estranha


Percebi que só nas altas horas de uma madrugada, seja ela quente ou fria, que sinto vontade de dedilhar as teclas do meu computador.

Mesmo sem saber o que escrever, fico aqui a observar e pensando no que irei dizer.

Às vezes, por sorte ou dom, algumas coisas fluem, outras vezes ficam sem sentido, soltas.

Como hoje.

Não quero abrir minhas janelas, não tem nada que me interesse lá fora, o que busco está aqui dentro, guardado. Contra tudo e todos.

Mesmo que o calor daqui me sufoque, talvez seja melhor do que congelar ali fora.

Eles tomam meu fôlego, me sugam e sempre me deixam.

Hoje não vou ser deixada. Estarei, eu e minhas palavras.

Únicas.



Imagem: Iluminarium

26 de outubro de 2008


Nesta madrugada sou meros versos de uma canção sincera...

Eu desço dessa solidão
Espalho coisas sobre um chão de giz
Ah, meros devaneios tolos a me torturar!
Fotografias recortadas em jornais de folhas, amiúde...
Eu vou te jogar num pano de guardar confetes
Eu vou te jogar num pano de guardar confetes
Disparo balas de canhão
É inútil pois existe um grão-vizir
Há tantas violetas velhas sem um colibri
Queria usar, quem sabe, uma camisa de força ou de vênus
Mas não vou gozar de nós apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar, gastando assim o meu batom
Agora pego um caminhão, na lona vou a nocaute outra vez
Pra sempre fui acorrentado no seu calcanhar
Meus vinte anos de boy, that's over baby! Freud explica
Não vou me sujar fumando apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar gastando assim o meu batom
Quanto ao pano dos confetes, já passou meu carnaval
E isso explica por que o sexo é assunto popular.
No mais estou indo embora, no mais estou indo embora
No mais

Zé Ramalho - Chão de giz

22 de outubro de 2008

Ponto


De onde escrevo é possivel observar o céu negro com poucos pontos claros. É assim a minha noite, subversiva, entendiante. E são poucas as idéias claras e coerentes, vagas, contundentes. Não falo por querer, nem por sentido, apenas por extinto. Escrevo por escrever, não há de haver porquês, não há quem questione. E ponto.
O que procuras meu querido sujeito? Se vais sem verbo, o que há de ser? Não tens predicado, não tens nada.
Já escrevi sobre amores, dores, fatos. O que me falta escrever?
Não sei. Quem saberá. Uso do ponto. Quero o final.
Histórias? Nunca inventei a dor e o prazer. Quem sabe funciona.

Adoce minha vida... e eu apimentarei a sua.
 
©2007 '' Por Elke di Barros